domingo, 7 de março de 2010

A INSUSTENTABILIDADE DO CAPITALISMO

O capitalismo é insustentável. Esse regime econômico propicia uma classe dominante que, por sua hegemonia, é responsável pela destruição de dois elementos fundamentais para a preservação da vida: a classe trabalhadora e a natureza. A classe trabalhadora é afetada pela sua inserção subalterna na sociedade, e assim, submetida a uma exploração funesta por parte da burguesia, detentora dos meios de produção. Já a natureza é afetada pela sucção de suas forças para saciar, de maneira determinada, uma necessidade artificial ou mesmo elementar. Por a natureza estar enclausurada sob uma matriz elaborada para canalizar suas potencialidades na acumulação restrita da riqueza, se torna imperativo o saque constante e irracional de suas forças.

Apenas em fevereiro de 2010, segundo o Folha Online de 04 de março último, foram produzidos 253,2 mil veículos no país. Em janeiro desse mesmo ano teriam sido produzidas 246,4 mil unidades. Na mesma página virtual é apresentada a previsão para este ano, por parte da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), de alta nas vendas de 8,2% sobre 2009, isto é, 3,40 milhões de unidades, incluindo ônibus e caminhões. Com relação à produção, o aumento deve ser de 6,5% em 2010, o equivalente a 3,39 milhões.

A troca permanente de automóveis é estimulada para manter a rotação de mercadorias e a manutenção do ciclo capitalista. Com essa produção desenfreada, não será novidade alguma mais uma crise econômica de superprodução. Na mercadoria produzida na ordem capitalista, um dos caracteres que a constituem é o valor de troca, e não apenas a utilidade do produto para a sociedade. É por isso que, mormente após o crack de 1929, as mercadorias possuem vida curta, acarretando, naturalmente, na insustentabilidade da reprodução da forma capitalista de produção e troca.

De onde são arrancados, além do absorvimento da força de trabalho humana, os componentes para a produção de mercadorias, como os automóveis? E também, para onde são arremessadas as parcelas do oceano de lixo que descartamos dia-a-dia? A resposta para ambas as perguntas é: da natureza e na natureza.

Somente numa nova forma de relacionamento das pessoas entre si e com a natureza é que será viável a reprodução da ordem. Que essa nova maneira exale necessariamente um novo homem e uma nova mulher, e que ela seja compromissada verdadeiramente com a disposição de todos os meios necessários para a preservação e desenvolvimento sustentável das potencialidades da vida em sua plenitude, e não atenta apenas às leis cegas do mercado capitalista. Podemos resumir o que nos é apresentado como sendo a nova relação telúrica que reivindicamos e o antiquado sistema, na famosa máxima da camarada Rosa Luxemburgo, quando esta escreveu Socialismo ou Barbárie! A barbárie é onde estamos, o Socialismo é o novo.

Movimento Carlos Marighella
Março de 2010

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